
Soa mesmo contraditório essa reação provir de alguém que julga não dar tanta importância ao gênero, mas devo confessar que a imparcialidade talvez não seja exatamente por desinteresse. Mas talvez seja tanto pelo medo de parecer patética ao procurar através desses meios uma orientação quotidiana qualquer, quanto pelo temor a decepção se tais fabulosos “manuais” da vida estivessem equivocado.
Voltando, porém, ao mapa astral e ao meu amigo, que contribuiu para o despertar desses pensamentos desgarrados, fiquei aguardando a conclusão daquele punhado de palavras nas quais estariam, maravilhosamente, traduzidos os principais traços da minha personalidade que revelariam a essência do meu eu.
Eis que finalmente pude ver o resultado. Gostei particularmente da parte que falava sobre a minha “triunfal inteligência”, mas de repente, logo depois de ler certas passagens, percebi pela primeira vez desde que nasci que a minha vida é uma farsa. Na verdade, eu não sou ponderada, flexível e coerente. Sou reprimida, impulsiva e desequilibrada, isso estava claramente indicado. Ao menos foi um consolo ler que “A sua capacidade de transcender a realidade material e emocional do cotidiano e atingir metas mais elevadas é o que existe de mais brilhante em você”. Logo eu, quem diria? A interpretação do mapa dizia também que eu deveria ter cuidado para não perder a noção da realidade, embora a minha grande busca seja pela sabedoria. Essa última parte até que se aplicaria, mas quanto à metade do que havia no mapa... Bobagem.
Sou mesmo é condicional, mas a racionalidade há de me guiar! Ou de me servir de peneira, ao menos. Enquanto não me convencerem por completo do que posso acreditar, fico com a felicidade da dúvida. Não deixa de ser divertido.
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